Literacia financeira

As 25 maiores potências mundiais da atualidade

A economia mundial é liderada por dois países: Estados Unidos e China. Saiba como que destacam as várias potências mundiais.

Literacia financeira

As 25 maiores potências mundiais da atualidade

A economia mundial é liderada por dois países: Estados Unidos e China. Saiba como que destacam as várias potências mundiais.

As maiores potências mundiais destacam-se pela sua força económica, política e pela força militar. Há vários rankings, que consideram diferentes variáveis, como a riqueza (PIB), o desenvolvimento humano, tecnológico, a demografia, o poder militar e tantas outras. Os países alinham-se de forma diferente, conforme o indicador escolhido.

PIB e gastos militares das 25 maiores economias do mundo

A tabela seguinte apresenta os dados do FMI para o PIB de 2021 e de 2020. Aos 25 países, juntamos a área, a população, a despesa militar, e a data de entrada na NATO, quando aplicável. 

O mundo tem dois líderes, os Estados Unidos e a China. Depois, vêm os outros:

#Ranking de países (PIB 2021)

PIB 2021E (Biliões USD)

PIB 2020 (Biliões USD)

Área (km2)

População (M)

Despesa militar (2020; M USD

NATO

1Estados Unidos da América22,9 20,99,8 milhões 330778.2321949
2República Popular da China16,9 14,99,6 milhões 1.439252.304-
3Japão 5,1 5,0378 mil 12649.149-
4Alemanha4,2 3,8357 mil 8452.7651955
5Reino Unido3,12,70243 mil68,559.2381949
6Índia 2,952,673,3 milhões1.38072.887-
7França 2,942,6552 mil65,352.7471949
8Itália2,11,9301 mil60,528.9211949
9Canadá2,01,610,0 milhões37,722.7551949
10República da Coreia1,81,6100 mil51,345.735-
11Federação Russa1,651,517,1 milhões146 61.713-
12Brasil1,651,48,5 milhões213 19.736-
13Austrália1,611,367,7 milhões25,527.536-
14Espanha1,41,3506 mil46,817.4321982
15México1,31,072,0 milhões129 6.116-
16Indonésia1,21,061,9 milhões274 9.396-
17Irão1,10,81,6 milhões8415.825-
18Países Baixos1,00,942 mil17 12.5781949
19Arábia Saudita0,840,72,1 milhões35 57.519-
20Suíça0,810,7541 mil8,7 5.702-
21Turquia0,800,72784 mil84,4 17.7251952
22Taiwan0,790,6936 mil23,8 n.d.-
23Polónia0,660,6313 mil37,8 13.0271999
24Suécia0,620,54450 mil10,1 6.454-
25Bélgica0,580,5131 mil11,6 5.4611949

Fontes: FMI, Worldometers, World Bank. PIB 2021: estimativa/preliminar; Orçamento militar: 2020. Valores do PIB expressos na escala longa: 1 bilião = 1 milhão de milhões (1.000.000.000.000). 

Dos 25 países apresentados, fazemos agora uma pequena descrição de cada um dos primeiros 11. Descemos ao 11.º para englobar a Rússia.

1. Estados Unidos da América

A maior economia do mundo concentra 1/4 da riqueza mundial, com um PIB de 22,9 biliões de dólares. 

Líderes económicos e políticos, os EUA continuam a ser um dos maiores fabricantes mundiais, com uma economia assente na abundância de recursos naturais e uma forte aposta na iniciativa privada. Exportam petróleo refinado, gás natural, crude, automóveis e componentes e circuitos integrados, entre outros. Os principais destinos são o Canadá, o México, a China, o Japão e a Alemanha.

Os Estados Unidos são uma República Federal Presidencialista. A sua política tem sido baseada, na maior parte da sua história, num sistema de dois partidos políticos: o Democrata e o Republicano. Os Estados Unidos integram 50 estados, ocupando uma grande parte da América do Norte.

Os seus gastos militares, de mais de 778 mil milhões em 2020, representam mais de 12 vezes a despesa militar da Rússia. São os líderes da NATO e possuem armamento nuclear.

2. República Popular da China

A China é o maior país da Ásia Oriental, com quase um quinto da população mundial. Sobretudo desde a década de 80 do século XX, a China tornou-se numa das economias de mais rápido crescimento no mundo. Nas décadas de 1990 e 2000 a economia chinesa registou crescimentos médios do produto da ordem dos 10% ao ano. 

A China é o exemplo da globalização sendo, desde 2009, o maior exportador do mundo. Evoluiu para a área da eletrónica, tecnologia de processamento de dados, vestuário e outros têxteis, e equipamento médico. Os principais destinos das exportações chinesas são os EUA, Hong Kong, Japão, Vietname, Coreia do Sul, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Índia e Singapura. 

O PIB estimado da China é de 16,9 biliões de dólares, cerca de 74% do PIB dos Estados Unidos. E deverá continuar a crescer, mas a ritmos menores. Aponta-se, para 2022, uma taxa de crescimento da ordem dos 4%. O crescimento da China tem vindo a desacelerar nos últimos anos e não só devido à pandemia.  

A política de controlo "Covid-zero", com rigorosos e amplos lockdown, impedem uma maior recuperação da economia. 

Mas outros problemas residem na própria economia chinesa. O boom de construção dos últimos 25 anos, deixou grandes empreendimentos abandonados ou inacabados, por falta de procura, num modelo de crescimento baseado no financiamento excessivo. Espera-se que muitas destas empresas tenham dificuldades de liquidez num futuro muito próximo (veja-se o exemplo da Evergrande). 

Depois de uma aposta no desenvolvimento tecnológico, há agora um quadro regulatório que cerca os grandes monopólios. Isto pode visar a correção de desigualdades e a reforma da economia, mas há teorias que apontam para o combate às grandes fortunas, vistas como ameaça ao sistema e ao monopólio do partido comunista. 

É o segundo país que, oficialmente, possui mais armamento nuclear. Tem ainda o maior exército do mundo, em número de soldados, e o segundo maior orçamento de defesa, depois dos EUA.

A China tem um regime unipartidário, totalmente dominado pelo Partido Comunista Chinês.

3. Japão

Com um PIB da ordem dos 5,1 biliões de dólares, o Japão constitui a terceira maior economia do mundo, embora muito distante dos valores apresentados pelos Estados Unidos e República Popular da China.

Este arquipélago, com quase sete mil ilhas, é conhecido por uma população extremamente rigorosa e educada, um elevado padrão de vida e forte desenvolvimento industrial e tecnológico.

Pobre em recursos, o Japão tipicamente importa matérias-primas e exporta produtos de elevado valor acrescentado. Destaca-se na robótica, nanotecnologia, metalúrgica, mecânica, entre outros. O país é responsável pela maior dívida pública do mundo em percentagem do PIB (cerca de 256%).

O Japão é também o país mais envelhecido do mundo, com uma taxa de natalidade em permanente declínio. A idade mediana é de 48 anos, sendo que cerca de 28% da população tem, pelo menos, 65 anos (em Portugal, o 5.º país mais envelhecido do mundo, esses indicadores são de 46 anos e 23%, respetivamente).

O Japão, uma monarquia com um imperador constitucional e um parlamento eleito, é o único país asiático membro do G-7, fazendo igualmente parte do G-20. 

4. Alemanha

Quarto a nível mundial, a Alemanha é o país mais rico da Europa. Em conjunto com a França, assume um papel de liderança na União Europeia e mantém uma série de parcerias a nível global. O país também é líder científico e tecnológico em vários domínios. O PIB alemão, em 2021, deve ser da ordem dos 4,2 biliões de dólares.

A economia alemã assenta num modelo de crescimento pelas exportações (contrariamente a Portugal, por exemplo, que baseou o seu quase nulo crescimento dos últimos anos num modelo assente no consumo).

Os setores mais exportadores são o automóvel, componentes elétricos e eletrónicos, reatores nucleares, farmacêutica, ótica, plásticos, aço, metal e produtos químicos. Estados Unidos, França, China, Polónia e Itália eram os principais destinos das exportações, em janeiro de 2022.

A Alemanha apresenta uma das maiores despesas militares na Europa, 52,8 mil milhões de dólares.

5. Reino Unido

A segunda maior economia europeia é o Reino Unido, com um PIB e 3,1 biliões de dólares. Com os seus quatro países (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales), o Reino Unido continua a ser uma potência mundial importante ao nível económico, cultural, militar e político. Londres possui uma das mais importantes praças financeiras do mundo.

No top das suas exportações encontramos maquinaria (incluindo computadores), metais preciosos, automóveis, combustíveis minerais (incluindo crude), produtos farmacêuticos e aeronaves. Nos principais destinos das exportações estão os EUA, a Suíça, a Alemanha, a Holanda, a França, a Irlanda e a China.  

O Reino Unido abandonou formalmente a UE a 31 de dezembro de 2020. No entanto, mantém-se noutras organizações, como a Commonwealth.

Esta organização tem 54 países independentes, africanos, asiáticos, americanos, europeus e do Pacífico. No seu conjunto, representa um mercado de 2,4 mil milhões de pessoas e um PIB de 13 biliões de dólares. Em 2021, o governo britânico iniciou o reforço nas negociações com os seus pares para o reforço das trocas comerciais, como parte da sua política de independência comercial da UE.

O Reino Unido é o segundo país mais armado com ogivas nucleares na Europa. A despesa militar, em 2020, ascendeu a 59, dois mil milhões de dólares, a segunda maior a seguir à da Rússia.

6. Índia

A Índia é o segundo país mais populoso do mundo (atrás da China) e o 7.º em área ocupada. Desde a década de 90 do século XX, a Índia tornou-se uma economia de rápido crescimento. No entanto, ao nível do desenvolvimento humano, está longe dos melhores patamares mundiais, debatendo-se com elevados níveis de pobreza, analfabetismo, doenças e desnutrição.  

O PIB da Índia é de 2,95 biliões de dólares. O PIB per capita da Índia é cerca de 20% do da China, 5% do do Japão ou do Reino Unido. E corresponde a cerca de 1,5% do PIB per capita do Luxemburgo. O Luxemburgo tem 637 mil pessoas e a Índia tem perto de 1,4 mil milhões de pessoas. A Índia ocupa, sensivelmente, o lugar 140, na lista dos PIB per capita mundiais. 

Ainda assim, o rendimento da população tem vindo a subir de forma significativa, com milhões de famílias a sair do estado de pobreza. Por outro lado, a Índia tem vindo a afirmar-se como um player chave na economia global e as recentes reformas têm ajudado ao desenvolvimento económico, com o controlo da inflação e dos déficits sucessivos.

A Índia exporta petróleo refinado, diamantes, medicamentos embalados, jóias e automóveis, sobretudo para os Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, China, Hong Kong e Singapura.

A Índia precisará ainda de vencer grandes desafios como a economia informal, onde a maior parte da população indiana trabalha. E a pandemia veio demonstrar a necessidade de reforço do emprego no setor formal, de uma reforma profunda no setor da saúde e no setor social, para proteção dos mais vulneráveis. Mas é uma peça geo-estratégica no contexto mundial. 

A Índia possui armas nucleares e a sua despesa militar, em 2020, foi de perto de 73 mil milhões de dólares. 

7. França

A nível europeu, atrás da Alemanha e do Reino Unido, segue-se a França, com um PIB de 2,94 biliões de dólares. Com a saída do Reino Unido da UE, este país é o segundo da UE. 

A França é o maior país da UE, cobrindo cerca de 552 mil km2, mas apenas o 3.º maior da Europa, atrás da Ucrânia e do território europeu da Rússia. Cerca de 1/3 da França é floresta, sendo o 4.º país da UE com maior área florestal, atrás da Suécia, Finlândia e Espanha.

O país tem uma forte influência política e económica no continente europeu, apresentado um número significativo de grandes multinacionais a operar no país. E ocupa um lugar destacado no mercado mundial.

É o 5.º maior exportador do mundo e o 3.º maior exportador europeu, depois da Alemanha e dos Países Baixos. É um dos maiores produtores de cereais e o maior exportador de vinho. 

O top de exportações francesas integra aviões, aeronaves, naves espaciais, helicópteros, medicamentos embalados, componentes automóvel e vinho. Perto de 70% das exportações francesas têm como destino a Europa, seguido da Ásia, com 17%, e a América do Norte, com 10%.

A França possui 290 ogivas nucleares, sendo um dos três países da Europa (incluindo a Rússia) com armamento nuclear.

8. Itália

A Itália já não apresenta uma economia tão forte como no passado, mas ainda consegue ser a quarta melhor da Europa e a oitava do mundo. Com um PIB de 2,1 biliões de dólares em 2021, o país é a 3.ª economia mais forte da UE.

Itália tem uma população de cerca de 60 milhões de pessoas. Depois do Japão, é o país mais envelhecido do mundo, seguido da Grécia, Finlândia e Portugal. 

Como 8.º maior exportador mundial, a Itália tem como principais clientes os Estados Unidos, a Alemanha, a França, o Reino Unido e Espanha. De entre as suas exportações destacam-se os medicamentos embalados, automóveis e componentes e o petróleo refinado.

O turismo é o principal setor da economia italiana, pesando cerca de 13% no PIB do país (em 2019; em Portugal pesava 17%). Todos os anos, mais de 58 milhões de pessoas visitam o país, fazendo dele o 5.º destino mais atrativo do mundo. O setor industrial é forte na maquinaria, aço, ferro, químicos, veículos, cerâmicas, vestuário e calçado. Na agricultura, a Itália assume-se como um dos maiores produtores agrícolas e de comida processada da Europa. Cerca de 2% do PIB italiano vem da agricultura.

9. Canadá

O Canadá é a nona maior economia mundial. É considerado um dos países mais desenvolvidos, com as melhores condições de trabalho e de vida. Em 2021, o PIB canadiano deverá ser da ordem dos 1,6 biliões de dólares

O Canadá rivaliza com os Estados Unidos em termos de área ocupada (9.985 milhares de km2, considerando superfícies de água como lagos ou rios, contra 9.834 mil km2 dos EUA). Em termos de superfície terrestre, os Estados Unidos são considerados maiores que o Canadá.

O comércio internacional sempre foi a base do desenvolvimento económico deste país, historicamente dependente da exportação de matéria-primas. A partir de meados dos anos 70 do séc. XX, as exportações passaram a ter origem em setores de elevado valor acrescentado, como o automóvel e componentes, seguido da maquinaria e equipamentos e sistemas computorizados de comunicações.

Assumem também importância as exportações de metal, produtos florestais (pasta de papel), produtos químicos, têxteis, petróleo (crude e refinado) e gás de petróleo liquefeito. Quase 3/4 das exportações do país se destinam aos EUA (de onde importa mais de 60% de todas as importações), seguido da China com pouco mais de 10%. A China é também o segundo país com maior peso nas importações canadianas.

O país é membro da NATO e apresentou, em 2020, despesas militares de 22,7 mil milhões de dólares, bastante menos que o Reino Unido, a Alemanha, a Itália, ou a França.

10. República da Coreia

Fechando o top 10, temos a República da Coreia, mais conhecida por Coreia do Sul (ou simplesmente Coreia), com uma riqueza estimada em 2021 de 1,8 biliões de dólares. O país tem como sistema político, uma democracia presidencial. 

A Coreia do Sul tem uma economia de mercado bem alicerçada e é conhecida por ter recursos humanos altamente qualificados. É um país de base industrial orientado para as exportações, política considerada uma das razões para o seu sucesso. Em 2021, o país foi o 7.º maior exportador mundial e o nono maior importador.

Os setores mais exportadores são o de equipamento elétrico e eletrónico, reatores nucleares, caldeiras, veículos, plásticos, petróleo, aço, equipamentos de ótica, fotografia e material médico. O principal destino das exportações coreanas são a China (27% em 2021), seguida dos Estados Unidos (15%), Vietname (10%), Hong Kong (6%) e Japão (5%).

Desde 2012, que a Coreia regista uma balança comercial superavitária (valor das exportações superior ao das importações). 

11. Rússia

A Rússia é o maior país do mundo, em área ocupada, com parte do território no continente asiático e parte no leste europeu (a "fronteira" Europa / Ásia é feita nos Montes Urais).

É um gigante territorial, com mais do dobro do tamanho dos EUA, fazendo fronteira com 14 países, por terra, e tendo fronteiras marítimas com o Japão, os Estados Unidos e, de certa forma, também com a Suécia. No entanto, grande parte do território russo é inóspito, inabitado ou inabitável. O país é o 9.º mais populoso do mundo.

A Rússia é um estado centralizado, governado por um ditador.

O declínio económico da Rússia e o seu crescente isolamento do Ocidente colocam-na na 11.ª posição do ranking de riqueza mundial com um PIB de 1,65 biliões de dólares. Um país que tem 146 milhões de habitantes, mais do dobro da população de França (#7) ou Itália (#8) e cerca do dobro da população do Reino Unido (#5). A Rússia deverá, no atual contexto de guerra e de sanções económicas, acentuar o seu declínio nos próximos tempos.

O lugar que ocupa, ainda assim, deve-se ao facto de ter uma economia baseada no petróleo, gás e carvão, recursos naturais em setores estratégicos, controlados pelo estado russo. A energia é responsável por 65% das exportações russas e 25% da receita total. Para além destes, a economia russa assenta noutros setores primários como os metais preciosos e a agricultura. A única exceção à prevalência do setor primário é o armamento.

No campo da energia, a Rússia depende das vendas à Europa. No petróleo e, sobretudo, no gás natural, o principal cliente é a Europa, com destaque para os Países Baixos, a Alemanha, a Polónia, a Itália, a França e a Turquia. Em segundo lugar vem a Ásia e Oceânia, com a China como maior comprador (sobretudo crude).

Em 2021, a Europa adquiriu 75% das exportações russas de gás natural. A China e o Japão ficaram-se pelos 10%. No mesmo ano, a Rússia exportou mais de metade do carvão produzido. Deste, cerca de 25% foi para a China, 22% para o Japão, Coreia do Sul e Taiwan e, mais de 30%, para países europeus.

Quais as maiores potências mundiais presentes na NATO? E quais os outros membros?

No top 25 encontramos os seguintes membros da NATO: Estados Unidos (#1), Alemanha (#2), Reino Unido (#5), França (#7), Itália (#8), Canadá (#9), Espanha (#14), Países Baixos (#18), Turquia (#21), Polónia (#23) e Bélgica (#25).

O Tratado do Atlântico Norte nasceu com a Guerra Fria, em 1949, no rescaldo da 2.ª Guerra Mundial. Visava a defesa coletiva dos países membros, perante a ameaça de expansão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sobre outros países europeus do Ocidente. Não é de estranhar, por isso, que a NATO seja, sobretudo, composta por países europeus.   

O Tratado exigia, ainda, o compromisso com os princípios da Carta das Nações Unidas, da liberdade individual, da democracia, dos direitos humanos e do Estado de Direito.

A 4 de abril, em Washington, assinou-se então o Tratado de Washington, como também ficou conhecido. Mais tarde, ele deu origem à organização com o mesmo nome, The North Atlantic Treaty Organization (NATO, ou OTAN, em português).

Hoje, fazem parte da NATO 30 países, EUA, Canadá e 28 os países europeus. Destes últimos, 14 são do leste europeu, com adesão à NATO após a reunificação da Alemanha em 1990:

  • da Europa "ocidental" (14):
    • Portugal (1949), França (1949), Itália (1949), Bélgica (1949), Países Baixos (1949), Luxemburgo (1949), Dinamarca (1949), Noruega (1949), Islândia (1949), Reino Unido (1949), Grécia (1952), Turquia (1952), Alemanha (1955) e Espanha (1982).
  • da Europa "de leste" (14):
    • Hungria (1999), República Checa (1999), Polónia (1999), Lituânia (2004), Letónia (2004), Estónia (2004), Bulgária (2004), Eslovénia (2004), Roménia (2004), Eslováquia (2004), Albânia (2009), Croácia (2009), Montenegro (2017) e Macedónia do Norte (2020).
NATO

Três países expressaram oficialmente a sua vontade de aderir à NATO, nos últimos tempos. São eles a Bósnia-Herzegovina (ex-Jugoslávia), a Georgia (ex-URSS) e a Ucrânia (ex-URSS). A Ucrânia, no contexto da invasão pela Rússia, e no quadro de cedências em prol da paz, deverá abdicar deste objetivo. 

Quanto gastam em defesa, os países da NATO?

Os Estados Unidos, como vimos no quadro anterior, gastaram, em 2020, cerca de 778 mil milhões de dólares em defesa militar.

No "campeonato" europeu, o Reino Unido surge com 59 mil milhões, a França, com 52,7, a Itália, com 28,9, a Turquia, com 17,7, a Espanha, com 17,4 e, a Polónia, com 13 mil milhões de dólares.

A tabela seguinte apresenta o ranking de países europeus da NATO, pelo PIB, e a despesa militar de cada um dos 28 países:

Ranking de países

(PIB 2021)

PIB 2021E

(M USD)

Despesa

militar (M USD)

#

Ranking de países

(PIB 2021)

PIB 2021E

(M USD)

Despesa

militar (M USD)

1Alemanha4.230.17252.76515Grécia211.6455.301
2Reino Unido3.108.41659.23816Hungria180.9592.410
3França2.940.42852.74717Eslováquia116.7481.837
4Itália 2.120.23228.92118Luxemburgo83.771490
5Espanha1.439.95817.43219Bulgária77.9071.247
6Países Baixos1.007.56212.57820Croácia63.3991.035
7Turquia795.95217.72521Lituânia62.6351.171
8Polónia655.33213.02722Eslovénia60.890575
9Bélgica581.8485.46123Letónia37.199757
10Noruega445.5077.11324Estónia36.039701
11Dinamarca396.6664.95325Islândia25.4760
12Roménia287.2795.72726Albânia16.770222
13República Checa276.9143.25227Macedónia do Norte13.885158
14Portugal251.7094.63928Montenegro5.494102

Fontes: FMI, Worldometers, World Bank. PIB: estimativas/números preliminares 2021; Orçamento militar: dados 2020. 

A título de curiosidade, e num contexto global, de acordo com o SPRI (Stockholm Peace Research Institute), os Estados Unidos, a China, a Índia, a Rússia e Reino Unido são responsáveis por 62% dos gastos militares mundiais. Por outro lado, os países da UE gastam, no seu conjunto, quatro vezes mais que a Rússia. 

O Tratado da NATO estabelece 2% do PIB em defesa. Esta percentagem, em tempos de paz, não foi respeitada pela generalidade dos países. Agora, em tempo de guerra na Europa, os membros da UE acordaram a designada "bússola estratégica". É um tema que vem sendo discutido há cerca de dois anos, mas a invasão russa à Ucrânia apressou o acordo.

A "bússola estratégica" visa o reforço da política de segurança e defesa da UE, de forma a tornar-se um "aliado complementar efetivo" da NATO, que continuará a ser a base de defesa coletiva dos membros da UE. Se "sair do papel", este será um marco histórico na UE.

O poder da NATO tem como objetivo a gestão de crises, sempre que os esforços diplomáticos falhem. Estas são realizadas ao abrigo do agora mais conhecido, artigo 5.º do Tratado de Washington, ou no âmbito do mandato das Nações Unidas, individualmente ou em cooperação com outros países e organizações.

Na sua essência, o artigo 5.º estabelece que, um ataque a um aliado é um ataque a todos os aliados, sendo todos solidários na defesa do membro ou membros atacados, incluindo o recurso a força armada. É uma aliança defensiva. A única vez que este artigo foi invocado para a defesa de um membro, foi na sequência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Com a assinatura do Tratado do Atlântico Norte, os países do leste europeu responderam, em 1955, com o Pacto de Varsóvia, assinado na Polónia. O mundo ficou dividido pela chamada "cortina de ferro".

No meio das decisões estratégicas do pós-guerra, alguns países europeus optaram pela "neutralidade", não fazendo parte de nenhum daqueles "blocos". A Áustria, o Liechtenstein, a Finlândia, a Suécia ou a Suíça não fazem parte da NATO e são exemplos de países neutrais.

A Islândia, por seu lado, ainda que pertencente à NATO, não possui forças armadas e a sua despesa militar é marginal ou nula. Ainda assim, beneficia de um acordo de defesa com os Estados Unidos (desde 1951) e, desde 2008, do policiamento aéreo do país pela NATO, de forma periódica. 

Onde está o armamento nuclear?

Estima-se que existam, atualmente, nove países com ogivas nucleares, liderados pela Rússia com 6.255 ogivas.

Apesar de não possuírem armamento, a Alemanha, a Bélgica, a Itália, os Países Baixos e a Turquia têm acordos de armazenagem de armamento nuclear dos Estados Unidos.

armamento nuclear

Em 1968, 191 países acordaram em que "uma guerra nuclear não tem vencedores e que nunca deve ser combatida". O tratado, conhecido por "NPT" (Nuclear Non-Proliferation Treaty), ou Tratado de Não Proliferação Nuclear, é um compromisso para a não expansão das armas nucleares e para o gradual desarmamento. 

Os cinco países que possuíam armas nucleares em 1968 (China, Rússia, Reino Unido, França e Estados Unidos), são também os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, conhecidos pelos "P5" ou "N5". 

A Índia, Israel, o Paquistão e o Sudão do Sul não assinaram este acordo e, a Coreia do Norte, retirou-se.

Em janeiro de 2021 entrou em vigor um novo acordo, assinado em 2017, o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons, ou "TPNW"). Este novo acordo veio sobretudo reforçar o compromisso de desarmamento nuclear, já presente no NPT.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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