Orçamento Familiar

Saiba gerir um orçamento a dois sem comprometer o romance

Gerir um orçamento a dois pode originar alguns problemas. Saiba como ter as suas finanças saudáveis sem comprometer a sua relação.

Orçamento Familiar

Saiba gerir um orçamento a dois sem comprometer o romance

Gerir um orçamento a dois pode originar alguns problemas. Saiba como ter as suas finanças saudáveis sem comprometer a sua relação.

Falar de dinheiro ou da gestão de um orçamento a dois nem sempre é fácil. No início de uma relação, é normal que o dinheiro não crie desentendimentos. Mas, se a relação avançar, os programas a dois começam a multiplicar-se e, com eles, as despesas em comum.

Se nesta fase não houver uma conversa sobre como será feita a partilha dos gastos, a forma de poupança e a gestão desse valor, o mais provável é que a falta de comunicação gere conflitos e até comprometa o seu romance.

Já se planeia juntar os trapinhos e viver com a sua cara metade, debater algumas questões financeiras é essencial. Afinal, enquanto ser individual tem os seus objetivos financeiros e um ponto de vista sobre a gestão dos seus rendimentos.

Mas quando partilha a sua vida com outra pessoa, por norma, entra a divisão de despesas na equação e novos objetivos para o futuro. E se não houver um equilíbrio e um consenso sobre como gerir um orçamento a dois, o mais provável é que comecem a surgir problemas mais graves.

É preciso ter em conta que o dinheiro é um fator que leva inúmeros casais ao divórcio. Mas este desfecho está muitas vezes associado à falta de comunicação sobre a gestão financeira, inexistência de soluções para objetivos individuais e em conjunto, ou até certas omissões.

Por isso, mesmo que falar sobre dinheiro não seja um ato romântico, este passo pode levá-lo a um relacionamento feliz e equilibrado. E em alguns casos, pode mesmo salvar a sua relação. Assim, conheça alguns temas que deve abordar com a sua cara metade em várias etapas do seu relacionamento.

Ler ainda: Começar uma vida a dois: 5 questões financeiras que deve debater

Começou a namorar há pouco tempo? Identifique os objetivos de cada um

Para os casais que começaram a namorar há relativamente pouco tempo, esta é uma fase de descoberta de como o outro pensa e age em situações mais concretas. E embora possa parecer um pouco precoce, introduzir uma conversa sobre finanças permite-lhe conhecer melhor com quem está a namorar. Estas conversas devem ser abordadas com bastante naturalidade e sem um sentido crítico.

Por exemplo, uma boa forma de abordar este tema é falar sobre os objetivos de cada um nesta fase da vida. Nesta conversa pode abordar os objetivos pessoais, profissionais e financeiros.

Imagine que, neste momento, a sua cara metade está focada em evoluir profissionalmente, mas gosta de viajar e quer comprar casa daqui a cinco anos. No entanto, atualmente, a sua maior preocupação é aumentar o seu nível de rendimentos e juntar dinheiro para uma casa e um bom fundo de maneio, pois quer ter filhos num futuro próximo.

Embora alguns destes objetivos sejam convergentes, outros não são. E não há nada de errado neste aspeto. Todos os casais devem ter os seus objetivos individuais e em comum. Mas, para não criar frustrações a nenhuma das partes, é importante definir prioridades e estratégias para alcançar todos os objetivos.

Mas antes de estabelecer prioridades e objetivos, perceba se já existem estratégias de poupança implementadas ou como é que a pessoa pretende alcançar estes objetivos. No caso de a pessoa gostar de viajar, pode perguntar se ela costuma usar o subsídio de férias, se cria uma poupança para viagens ou se recorre a um crédito. Já para a compra da primeira casa, pode questionar se já começou a poupar para dar este passo ou não.

Caso a sua relação esteja num ponto mais sólido, pode traçar uma lista para as prioridades em conjunto e definir um montante e prazo para alcançar cada meta.

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Vão viver juntos? Como será feita a gestão do orçamento a dois

Viver juntos é um grande passo numa relação. Afinal, é nesta altura que começa a conhecer os hábitos da pessoa, e há uma pressão maior, pois os encargos aumentam substancialmente, principalmente se ambos saírem de casa dos pais. Este é todo um mundo novo. Onde existem várias despesas que dizem respeito a ambos, mas também despesas pessoais.

E, nesta fase, precisa de fazer um levantamento de todas as despesas mensais de cada um, das que dizem respeito a ambos, e de todos os rendimentos do casal. E para não falharem com todas estas obrigações, precisam de implementar uma estratégia de gestão financeira. A forma mais fácil é criar um orçamento familiar, permitindo a gestão do orçamento a dois.

No que respeita a despesas comuns, vão ter a renda da casa, os gastos mensais de eletricidade, água, gás, telecomunicações, alimentação, entre outras despesas definidas em conjunto. Depois, existem, por norma, as despesas individuais.

Por exemplo, se um elemento tem um crédito automóvel, terá a mensalidade de crédito para pagar, mais as despesas relativas ao veículo, como impostos, combustíveis, seguro, revisões e inspeção. Mas do outro lado também podem existir outras despesas, como um seguro de saúde, passe para os transportes públicos ou um crédito ao consumo, referente a formação, saúde ou outra finalidade.

A forma mais prática é colocar todas as despesas e rendimentos no orçamento familiar. E depois, podem definir como serão liquidadas essas despesas. Certos casais dividem as despesas em conjunto em 50% e ficam responsáveis pelo pagamento das suas despesas individuais.

Outros casais preferem juntar os seus rendimentos e liquidar a totalidade dos encargos. Lembre-se que não existe a solução certa. O mais importante é que o casal esteja de acordo com o estipulado, todos os encargos sejam saldados, e sobre dinheiro para criar metas de poupança e um fundo de emergência.

Leia ainda: Como criar um orçamento após a compra da primeira casa?

A gestão de um orçamento a dois implica criar uma conta bancária coletiva?

Não existe uma obrigação de criar uma conta bancária coletiva (conjunta, solidária ou mista) para gerir o seu orçamento familiar. No entanto, ter uma conta bancária com a sua cara metade facilita bastante a gestão do dinheiro do casal. Se tiverem um orçamento familiar e uma conta bancária coletiva com todos os rendimentos do casal, ambos têm a noção exata do dinheiro que existe em tempo real. Além disso, dado que ambos têm acesso à conta, é menor a probabilidade de se atrasarem em certos pagamentos.

Ler ainda: Quer abrir conta bancária com outra pessoa? Cuidados antes de avançar

Mas caso esta não seja uma solução que agrade ao casal, cada um pode ter a sua conta pessoal. Nestes casos, se estiverem definidas as responsabilidades financeiras de cada elemento, não há motivos para conflitos.

Contudo, existem casais que preferem um misto das duas soluções anteriores. Ou seja, criam uma conta coletiva para o pagamento dos encargos em conjunto. Depois, cada elemento tem a sua conta pessoal, e é através desta que paga as suas despesas individuais.

Todas estas hipóteses são válidas. A única coisa que deve ter em consideração é que quanto mais contas bancárias possuírem, mais encargos têm com comissões bancárias (comissão de manutenção e anuidade). Assim, devem comparar as comissões bancárias e optar por entidades que não apliquem comissões, ou que apliquem valores mais reduzidos.

Ler ainda: Está atento às suas comissões bancárias?

Tenham em conta metas de poupança enquanto casal

Ter metas de poupança enquanto casal é importante num namoro, quando vivem juntos ou quando se casam. Num namoro, as metas de poupança enquanto casal podem começar por coisas simples, como ir de férias a dois. Já quando vivem juntos ou se casam, ter metas de poupança e um fundo de emergência deve ser algo prioritário.

Uma meta de poupança pode ser a curto, médio ou longo prazo. Mas tem uma finalidade definida. Esta pode servir para as férias, comprar um carro, para cobrir o valor não financiado de um crédito habitação, pagar uma formação ou um procedimento médico, juntar dinheiro para a formação dos filhos, entre outras.

Após definir os seus objetivos de poupança, deve estabelecer a prioridade de cada um, qual o valor mensal que aplica a cada meta e o prazo para alcançar o seu objetivo.

Já para construir um fundo de emergência e mantê-lo nos valores ideais, é preciso disciplina. Tal como o nome indica, o fundo de emergência serve para cobrir imprevistos. Ou seja, despesas que não estava à espera e que o seu orçamento familiar pode não conseguir suportar.

Para isso, o fundo de emergência deve ter, pelo menos, o valor necessário para cobrir todas as despesas essenciais do agregado familiar durante 6 a 12 meses, para salvaguardar situações de desemprego ou quebra de rendimentos.

Por exemplo, se as despesas essenciais rondarem 700 euros, o seu fundo deve ser composto, no mínimo, por 4.200 a 8.400 euros.

Tendo em conta estes valores, é normal que leve algum tempo para um casal poupar esta quantia. Assim, devem abordar este tema e definir o valor que estão dispostos a investir neste fundo mensalmente. Mas tenha em conta que sempre que mexerem no fundo de emergência, o dinheiro deve ser reposto o mais brevemente possível.

Gestão do orçamento a dois para maximizar os rendimentos do casal

Após terem o fundo de emergência criado, é normal que pretendam maximizar os vossos rendimentos. Para isso, existem vários produtos financeiros com mais e menos risco para os investidores. Em vez de ter o dinheiro parado no banco, pode conseguir obter um bom retorno, um rendimento passivo ou complementar a sua reforma.

Na maioria dos casos, para obter um bom retorno, a aplicação do dinheiro é feita em produtos financeiros com um risco mais elevado e sem garantias de capital. Ou seja, pode ganhar mais dinheiro, mas também corre o risco de perder todo o dinheiro que investiu.

Já se quiser um produto financeiro a pensar na sua reforma e que pode aumentar o reembolso do seu IRS, deve analisar os diversos tipos de PPR disponíveis no mercado. Atenção que existem PPR com e sem capital garantido. E como em qualquer tipo de investimento, deve estudar bem o produto em que pretende investir e ver se este se enquadra no perfil de investidor dos dois membros do casal.

Ler mais: Guia sobre PPR: Chega de dúvidas sobre Planos Poupança Reforma

Existem dívidas? Não esconda da sua cara metade

Por fim, no caso de ter dívidas ou ter vários créditos por liquidar, não esconda esse facto da sua cara metade. Lembre-se que a honestidade é um ponto essencial para o sucesso de uma relação. E ao partilhar as suas preocupações financeiras, juntos podem encontrar soluções para resolver com maior facilidade este tipo de problemas.

Já para não referir que não é agradável a sua cara metade descobrir que o seu nome consta na lista negra do banco de Portugal através da recusa de um crédito habitação ou outra situação.

O ideal é que, ao longo do relacionamento, conversem sobre a gestão financeira, mudanças de objetivos, e sobre todas as preocupações que vão surgindo. Um casal deve funcionar como uma equipa. E é mais fácil remar a dois para um porto seguro.

Leia ainda: Finanças a dois: a importância de falar sobre o orçamento em casal

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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