O capital social é o montante em dinheiro, ou em espécie, necessário para constituir uma empresa e que fica nas suas contas, podendo ser reforçado a todo o tempo, pelos proprietários iniciais ou por entrada de novos sócios ou acionistas.

No momento da constituição, o capital social é o valor de entrada desembolsado pelo sócio, ou sócios, ou acionistas, para o início da atividade empresarial. Este capital social "de entrada" pode ter um mínimo legal exigível conforme a natureza jurídica da empresa que se vai constituir.

O número mínimo de sócios (ou acionistas) exigido para constituir a sociedade e a sua responsabilidade futura para com as dívidas da empresa também varia.

Eis os principais requisitos na constituição de uma empresa, em termos de capital social e n.º de sócios / acionistas em Portugal:

Empresa / Sociedade Capital social mínimo N.º sócios/acionistas
Empresário em nome individual Não tem Um único sócio
Estabelecimento individual de responsabilidade limitada 5.000 € (dos quais 2/3 em dinheiro) Um único sócio
Sociedade Unipessoal por quotas Não tem Um único sócio
Sociedade por quotas (coletiva) Livre + do que 1 sócio
Sociedade anónima (coletiva) 50.000 € Mínimo 5 acionistas (1 se for uma sociedade)

Indicamos o tipo de empresas / sociedades mais comuns, mas podem também constituir-se cooperativas, associações (sem fins lucrativos) ou sociedades em comandita. Pode consultar outras formas legais para uma empresa e como se distinguem em termos de responsabilidade dos sócios / acionistas em Tipos de empresas em Portugal.

Qual a importância do capital social?

Numa fase inicial, o capital social é o suporte financeiro de uma empresa já que, nesta altura, a empresa ainda não conta com receitas para se sustentar. Este montante ajuda a pagar as despesas iniciais. O capital social fica registado no pacto social (estatutos) da sociedade. Acresce que o capital social deve ser depositado numa entidade bancária, tendo os sócios / acionistas um prazo para o fazer (5 dias úteis ou o fim do 1.º exercício económico), contado da data de constituição da empresa.

Ao capital social mínimo exigido na constituição podem juntar-se, depois, reforços ao longo da vida da empresa, através de operações de aumento do capital social. Estes reforços podem ocorrer, mantendo os proprietários atuais, em que cada um reforça a sua posição (na proporção inicial, ou não), ou por entrada de novos sócios / acionistas.

Suponha que uma sociedade tem 2 sócios (A e B), cada um com uma participação de 50%. O capital inicial foi de 2.000 euros e cada um entrou com 1.000 euros.

Imagine agora que é necessário reforçar o capital social para 4.000 euros (+2.000). Se A e B subscreverem 1.000 € cada um (dos novos 2.000), no final cada um subscreveu 2.000 € de 4.000 €. Cada um mantém os seus 50%. Nada se alterou.

Mas se, por exemplo, B não tem capacidade para acorrer ao aumento de capital na mesma proporção e apenas subscreve (e realiza) 500 € do aumento de capital. E o sócio A subscreve a parte não subscrita de B. Então, neste caso:

  • Posição de A após aumento de capital: (1.000 + 1.500) / 4.000 = 62,5%, ou seja, A aumenta a sua posição na medida do que B não subscreve, para 62,5%.
  • Posição de B após aumento de capital: (1000 + 500) / 4000 = 37,5%, ou seja, B dilui a sua posição para 37,5% do capital social de chegada.

O capital social, igual ao inicial, ou fruto de reforços ao longo do tempo, cristaliza-se na contabilidade da empresa na conta 51 Capital Subscrito.

Esta é uma sub-rubrica dos Capitais Próprios da empresa (Situação Patrimonial Líquida ou Ativos Totais Líquidos - Passivos Totais). A conta de Capitais Próprios inclui outras rubricas para além do capital social e designa-se por Capital, Reservas e Resultados Transitados.

Uma empresa com mais ou menos capitais próprios estará mais ou menos capitalizada. Tudo vai depender da sua capacidade de gerar lucros ao longo dos anos e de os manter na empresa, diminuindo assim a necessidade de recurso a financiamento de terceiros (dívida). Saiba mais em Capital próprio e capital alheio: quais as contas e quais as diferenças.

É também o capital social que determina, na medida da participação de cada sócio / acionista, o seu direito ao dividendo e ao voto. E é o capital social que "sinaliza" uma maior ou menor robustez, perante os bancos, fornecedores e outros credores.