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Guia de poupança por áreas: Como poupar nos seus encargos essenciais

Tem dificuldades em poupar nos seus gastos essenciais? Este guia de poupança por áreas pode ajudá-lo a melhor as suas finanças.

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Guia de poupança por áreas: Como poupar nos seus encargos essenciais

Tem dificuldades em poupar nos seus gastos essenciais? Este guia de poupança por áreas pode ajudá-lo a melhor as suas finanças.

Poupar mensalmente sempre foi um desafio? Sente que gasta dinheiro a mais em certos encargos, mas não sabe como reduzir estas despesas? Não se preocupe, pois não está sozinho. São muitas as pessoas que têm dificuldades em criar uma poupança, seja por falta de uma estratégia ou por desconhecerem formas de reduzir os seus encargos nas mais variadas áreas da sua vida. E nada melhor do que começar a pôr em prática novas estratégias e conhecimentos no mês da poupança. 

Para ajudá-lo a dar os primeiros passos, criámos um guia de poupança por áreas, focado em reduzir os seus encargos essenciais, onde pode ficar com uma noção dos resultados ao mudar certos comportamentos, hábitos e contratos.

Índice:

1- Poupança com créditos

Se, neste momento, o seu foco é reduzir os encargos com créditos para ganhar uma folga financeira, saiba que há algumas soluções consoante os seus objetivos, orçamento e tipo de crédito que possui.

Já se precisa de recorrer a um novo financiamento, é essencial ter certos fatores em consideração para conseguir poupar ao longo do prazo do seu contrato. Mas vamos a exemplos concretos para ficar com uma noção mais clara.

1.1- Crédito habitação: A sua prestação subiu? Como reduzir este encargo

Desde o início do ano passado, os titulares de um crédito habitação com uma taxa variável ou taxa mista têm sentido uma subida progressiva dos juros, devido ao aumento das taxas Euribor. Perante este cenário, se tem um crédito habitação não deve cruzar os braços à espera de uma descida dos juros. Afinal, tem a hipótese de renegociar o seu contrato junto do banco ou optar por uma transferência de crédito habitação para outra entidade.

Em termos da renegociação de contratos com uma taxa variável ou mista (no período variável), os bancos estão obrigados até ao final de 2023 a encontrar alternativas para os clientes que tiveram um "agravamento significativo da taxa de esforço" ou tenham uma "taxa de esforço significativa" (no mínimo, esta deve ter subido acima dos 36%).

Caso se enquadre nesta situação, pode beneficiar das seguintes opções:

  • Redução da taxa de juro aplicável ao contrato durante um determinado período;
  • Diferimento de parte do capital para uma prestação futura;
  • Fixação de um período de carência de reembolso do capital ou de reembolso do capital e de pagamento de juros;
  • Alargamento do prazo de amortização;
  • E da consolidação de créditos, caso tenha mais de dois créditos ao consumo além do seu crédito habitação.

Já se não estiver satisfeito com as condições apresentadas pela instituição financeira onde tem o seu crédito habitação, deve pedir propostas a outras entidades e estudar a possibilidade de transferir o seu crédito. Através de uma transferência de crédito habitação é possível, na maioria dos casos, obter condições mais vantajosas, como: um spread mais baixo, renegociar condições contratuais, alterar a sua modalidade de juros, remover produtos do seu contrato e até alterar os seguros "obrigatórios" do seu crédito habitação para outra seguradora.

Leia ainda: Crédito Habitação: Tempo de renegociação

1.1.2- A poupança que pode obter ao reduzir a taxa de juro (baixa do spread)

A taxa de juro de um crédito habitação é composta pelo spread e o indexante que, nos contratos com uma taxa variável, é a Euribor, e nos contratos com taxa fixa é a taxa swap. Estas duas componentes dão origem à sua TAN (Taxa Anual Nominal). Quando consegue renegociar com o seu banco uma redução de spread, pode obter uma poupança mensal que fará a diferença ao final de um ano. Vamos a um exemplo.

Imagine que tem um capital em dívida de 200.000 euros a liquidar em 360 prestações. Se conseguir passar de uma TAN de 4,5% para uma de 3,9%, a sua prestação mensal baixa de 1.013,37 euros para 943,34 euros. Ou seja, uma poupança mensal de 70,03 euros. Caso a sua taxa Euribor tenha uma maturidade de seis meses, num semestre consegue obter uma poupança de 420,18 euros.

Leia ainda: Prestações da casa: Mais de metade é juros. Como contrariar?

1.1.3 - Alargamento do prazo do contrato

Caso pretenda ganhar uma folga financeira, obtendo uma poupança mensal, pode tentar alargar o prazo do seu contrato de crédito habitação. No entanto, é preciso saber que esta poupança mensal vai fazer com que o seu crédito fique mais caro no final do contrato. Afinal, ao estender o prazo, vai pagar mais juros, e o valor total será superior ao MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) que estava previsto, mesmo que este fosse apenas indicativo (aplicável a uma taxa variável e mista).

Por exemplo, se tem um crédito habitação com um capital em dívida de 150.000 euros a liquidar em 300 prestações, com uma TAN de 4,5%, a sua prestação mensal é de 833,75 euros. Se quiser alargar o prazo em cinco anos, passando assim a ter 360 prestações por liquidar, a sua prestação mensal vai descer para 760,03 euros. Ou seja, vai poupar 73,72 euros por mês. Contudo, se esta prestação se mantivesse inalterável, no total do seu empréstimo, iria pagar mais 23.485,45 euros em juros.

1.1.4- Amortizar o crédito habitação

Com as finanças equilibradas e uma poupança criada além do seu fundo de emergência, pode reduzir os custos com o seu crédito habitação através do reembolso antecipado (total ou parcial) ou seja da amortização do seu empréstimo. Quando pretende amortizar o seu crédito habitação pode liquidar o valor total em dívida (reembolso antecipado total) ou apenas uma parte do valor que falta pagar (reembolso antecipado parcial). Mas antes de tomar esta decisão, analise bem as suas finanças, pois esta opção não deve colocar o seu orçamento em risco.

Depois de fazer esta análise, suponha que define que tem 10.000 euros para amortizar o seu crédito habitação. Se tiver um capital em dívida de 100.000 euros, faltarem 300 prestações por liquidar e a sua TAN corresponder a 4,8%, a sua prestação mensal vai passar de 573 euros para 515,70 euros. Isto significa que consegue obter uma poupança de 10%, que corresponde a 57,30 euros por mês. Ao amortizar este valor está a reduzir o capital em dívida e a "fatura" de juros do seu empréstimo.

Contudo, tem de ter em conta que, ao amortizar o seu crédito, pode ter de pagar uma comissão de reembolso antecipado, consoante o valor estipulado no seu contrato. De acordo com o Banco de Portugal, esta comissão nunca pode ser superior a 0,5% do capital amortizado quando tem uma taxa de juro variável e 2% do capital reembolso nos créditos habitação com uma taxa de juro fixa.

Quando não está isento desta comissão, o valor a pagar vai depender do tipo de taxa e do valor que amortiza. Usando o exemplo anterior, se amortizar 10.000 euros e tiver um crédito com uma taxa variável, a sua comissão de reembolso antecipado não pode ser superior a 50 euros (10.000 x 0,005 =50). Já se tiver uma taxa fixa, o valor máximo desta comissão não pode ultrapassar os 200 euros (10.000 x 0,02 = 200).

Nota: Nos casos em que amortização ocorra devido à morte, desemprego ou deslocação profissional de um dos titulares do empréstimo, fica isento do pagamento da comissão de reembolso antecipado.

Leia ainda: Vale a pena amortizar o crédito habitação?

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1.1.5- Transferência do crédito habitação: A poupança começa na comparação de propostas

Tal como acontece com a contratação de um crédito habitação, nunca deve realizar uma transferência de crédito habitação sem analisar várias propostas. As condições de cada crédito são apresentadas na Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE). É este documento que revela todas as condições daquele crédito, devendo debruçar-se sobre alguns indicadores, como a sua taxa de juro, comissões, TAEG, MTIC, custos com o reembolso antecipado, produtos associados e bonificações, e os valores que a sua prestação pode atingir caso os juros aumentem.

Para os clientes que querem beneficiar de um crédito mais barato, o foco deve estar na TAEG e no MTIC. No entanto, tratando-se de uma transferência de crédito, podem existir outros fatores que dê importância, como um contrato com menos produtos associados, uma modalidade em que os juros são mais altos, mas ofereça mais estabilidade (taxa fixa), remover um fiador do contrato ou até pagar um valor mensal inferior pelos seus seguros (seguro de vida do crédito habitação e seguro multirriscos). Ou seja, a melhor proposta vai sempre depender dos seus objetivos.

Leia ainda: Transferência do crédito habitação: Que cuidados devo ter?

Pequenas alterações geram poupanças que podem atingir centenas de euros

Agora, para quem procura uma poupança, a transferência de um crédito habitação pode ser uma solução muito vantajosa, uma vez que a nova entidade tem interesse em angariar novos clientes. Assim, é normal que sejam apresentadas melhores soluções face às que tinha anteriormente.

Vamos a um caso real de um cliente que fez uma transferência de crédito habitação para outra entidade com a ajuda do Doutor Finanças. Este cliente tinha um crédito habitação com um capital em dívida de 253.645 euros, indexado à Euribor a 12 meses, a liquidar em 444 prestações, com um spread de 0,95%. Com a atualização do indexante, este cliente ia pagar uma prestação mensal de 1.258,72 euros.

No entanto, foi possível encontrar uma solução mais vantajosa para este cliente junto de outra entidade financeira, mantendo o capital em dívida e o prazo do contrato inalterados. Isto porque a entidade para a qual o cliente transferiu o seu crédito habitação baixou o spread para 0,7% e mudou a maturidade da taxa Euribor para seis meses. O que resultou numa prestação mensal de 1.129,07 euros e uma poupança de 129,65 euros por mês.

Caso o cliente quisesse transferir os seus seguros para outra seguradora, a poupança mensal poderia ser ainda maior. Vamos supor que o cliente pagava pelo seu seguro de vida do crédito habitação e seguro multirriscos 100 euros por mês. Se este custo diminuir 30 euros por mês, os encargos mensais com o crédito habitação baixam ao todo 159,65 euros.  

Nota: Antes de proceder a uma transferência de crédito habitação para outra entidade, informe-se se os custos desta alteração vão ser suportados pela nova instituição financeira.

Se quer saber se compensa mudar o seu crédito para outra entidade, utilize a calculadora de transferência de crédito habitação.

1.2- Créditos ao consumo: Como pode poupar?

Antes de contratar qualquer tipo de crédito ao consumo, deve informar-se sobre as taxas máximas que podem ser aplicadas naquele trimestre e comparar várias propostas para garantir que beneficia das melhores condições do mercado.

Se tem dúvidas entre contratar um crédito pessoal ou recorrer a um cartão de crédito, saiba que um crédito pessoal sem uma finalidade específica tem normalmente taxas de juro mais baixas em comparação a um cartão de crédito. No entanto, olhe bem para a FIN (Ficha de informação normalizada) facultada antes de contratar um crédito ao consumo e analise a TAN, mas principalmente a TAEG e o MTIC para comparar os valores de cada proposta.

Mas como é que pode poupar em cada crédito ao consumo? Tudo depende. No caso dos cartões de crédito, a poupança passa por analisar primeiro a taxa de juro cobrada se não liquidar os 100% do valor utilizado antes da data estipulada para o pagamento sem juros. Depois, caso necessite de diluir o valor utilizado em algumas prestações, não opte por pagar a percentagem mínima. Afinal, se for essa a opção, o mais comum é que todos os meses o valor da sua dívida aumente.

Além disso, evite ao máximo ultrapassar o limite de crédito, pois fica sujeito a comissões e penalizações. Para garantir o cumprimento das suas obrigações, se for preciso altere a data do pagamento do seu cartão de crédito para os dias seguintes em que recebe o seu vencimento.

Num crédito automóvel, a renegociação das condições nem sempre são fáceis. No entanto, estas não são impossíveis se precisar de reduzir os seus encargos mensais. Caso o valor da garantia (do seu automóvel) seja elevado, a margem de negociação pode ser maior, tendo a possibilidade de:

  • Baixar o valor da prestação através da extensão do prazo até ao limite de 10 anos (no entanto, o valor final do crédito automóvel vai aumentar);
  • Alterar a modalidade de juros, passar de taxa fixa para variável ou vice-versa;
  • Renegociar o valor de seguros associados ao seu crédito, como é o caso do seguro de vida.

1.2.1- Amortização parcial ou total

Por fim, num crédito pessoal, pode também tentar renegociar as suas condições junto da instituição financeira. Mas muitas vezes, a melhor solução para obter uma poupança é mesmo proceder à amortização parcial ou total do seu empréstimo. Aqui deve seguir a mesma lógica do que no crédito habitação e também ter em conta que pode ser cobrada uma taxa de reembolso antecipado. Contudo, num crédito ao consumo, a comissão de reembolso antecipado, funciona da seguinte forma:

Se o seu crédito estiver associado a uma taxa fixa, a instituição financeira pode cobrar-lhe uma comissão máxima de:

  • 0,5% do montante que vai amortizar, se faltar mais de um ano para o final do contrato;
  • 0,25% do capital amortizado, caso falte um ano ou menos para o final do seu contrato.

Caso o seu crédito esteja associado a uma taxa variável, a instituição não pode cobrar-lhe uma comissão de reembolso antecipado. 

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1.2.2 - Crédito consolidado permite-lhe obter uma poupança até 60%

Para quem tem mais de dois créditos ao consumo além do crédito habitação, uma solução de poupança é recorrer a um crédito consolidado. Vamos supor que tem um crédito pessoal, dois cartões de crédito e um crédito automóvel. Se não tiver prestações em atraso e tiver uma situação financeira estável, através da consolidação de créditos passa a ter uma única prestação para pagar com uma taxa de juro normalmente mais baixa em comparação a certos créditos ao consumo. Além de ser mais fácil cumprir as suas obrigações, uma vez que só tem uma única fatura mensal por liquidar, pode obter uma poupança bastante significativa, que em alguns casos pode mesmo chegar aos 60%.

Recentemente, o Doutor Finanças ajudou um cliente, o António (nome fictício) a encontrar uma solução vantajosa para consolidar os seus sete créditos ao consumo. Na totalidade, estes sete créditos representavam um encargo mensal de 1.365 euros. Mas após uma análise minuciosa junto de várias entidades, foi possível encontrar uma solução que permitiu a consolidação de 27.000 euros, passando para uma prestação única de 446 euros. Sim, é verdade. Este cliente conseguiu obter uma poupança de 919 euros por mês através do crédito consolidado. Assim, num espaço de um ano, vai obter uma poupança de 11.028 euros.

Tenha em conta que antes de recorrer à consolidação de créditos deve avaliar bem o capital em dívida de cada empréstimo e tempo que falta para terminar os seus contratos. Isto porque se a dívida não for significativa e faltarem poucas prestações para o fim dos seus contratos, o crédito consolidado pode não ser a solução indicada para si.

Leia ainda: Quais os critérios para aceder ao crédito consolidado?

1.2.3 - O crédito multiopções pode reduzir os seus encargos com créditos ao consumo

É proprietário de um imóvel sem ónus ou com um crédito habitação? Se a resposta for afirmativa, saiba que pode hipotecar ou fazer uma segunda hipoteca (caso tenha um crédito habitação) para obter um valor extra de financiamento, obtendo uma taxa de juro mais baixa em comparação a qualquer tipo de crédito ao consumo.

Esta solução surge através de um crédito multiopções que é idêntico a um crédito hipotecário, em termos de taxas de juro e prazos. E se o objetivo for liquidar um ou mais créditos ao consumo com o valor extra que consegue através de um crédito multiopções, esta solução pode ser bastante benéfica.

Para conseguir a aprovação de um crédito multiopções, o banco avalia o valor do seu LTV e da sua taxa de esforço. Segundo as normas do Banco de Portugal, o LTV num crédito habitação com garantia hipotecária ou equivalente não pode exceder os 80%. No entanto, muitas instituições de crédito apenas dão luz verde a este tipo de crédito se o LTV estiver entre os 60% e os 70%.

Se quiser calcular o seu LTV deve utilizar a seguinte fórmula: LTV = montante do empréstimo / valor do imóvel x 100%. Mas tenha em conta que o valor total do financiamento engloba o seu crédito habitação e o valor do multiopções que vai pedir ao banco.

Quanto à taxa de esforço, esta vai incluir todos os créditos a decorrer e a nova prestação do seu multiopções. Ao fazer a soma de todas as suas prestações, a sua taxa de esforço não pode superar os 50%.

Nota: Caso precise de ajuda com estes cálculos recorra ao simulador da taxa de esforço.

Leia ainda: Crédito habitação: Em que situações é possível pedir um multiopções?

Multiopções: Qual a poupança que pode obter?

Nem sempre é fácil perceber como é possível poupar através da contratação de outro crédito. Por isso, apresentamos o caso da Sónia (nome fictício) que recorreu ao Doutor Finanças para ajudá-la a reduzir os seus encargos com créditos ao consumo.

A Sónia tinha um crédito habitação com um capital em dívida de 69.050 euros e 288 prestações por liquidar. Neste financiamento a sua taxa de juro era de 3%. Com a atualização do indexante (Euribor a 6 meses), a sua prestação mensal do crédito habitação estava nos 493,18 euros.

Além deste financiamento, esta cliente tinha outros créditos ao consumo, com um capital em dívida total de 33.513 euros. O que dava um encargo mensal com todos estes créditos de 239,36 euros. No total, a Sónia estava a pagar 732,54 euros.

Para o caso desta cliente, que queria obter mais estabilidade e reduzir os seus encargos, a melhor solução encontrada foi transferir o seu crédito habitação, passando de uma taxa variável para uma taxa fixa, e contrair um crédito multiopções para reduzir os encargos com os créditos ao consumo.

Na prática, o capital em dívida e o prazo mantiveram-se inalterados, e a taxa de juro dos dois créditos ficou em 4,85%. O que resultou numa descida dos encargos mensais de 732,54 euros para 583,06 euros. Ou seja, a Sónia obteve uma poupança de 149,48 euros por mês.

2 - Poupança em casa

Poupar nas despesas de sua casa pode parecer uma tarefa cada vez mais complexa. No geral, a maioria dos produtos que compra no supermercado estão mais caros devido à subida da inflação e os encargos com a eletricidade, gás, telecomunicações e água também têm subido de preço.

Contudo, se tiver atenção a alguns fatores pode conseguir reduzir o preço que paga pelas suas compras em supermercados, bem como as suas faturas de serviços essenciais.

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2.1- Poupança no supermercado: Dicas que reduzem a conta final

Para conseguir poupar já na sua próxima ida ao supermercado, experimente implementar as seguintes dicas:

  • Planeie as suas refeições com uma semana de antecedência para limitar as suas compras e evitar que certos produtos se estraguem;
  • Após uma vistoria à sua despensa, faça uma lista de compras e compre apenas o que é essencial;
  • Compare preços dos produtos que precisa antes de sair de casa, seja no site online, em folhetos, etc. Esteja atento a campanhas promocionais, compare o preço por quilo, e não se esqueça de dar uma vista de olhos nas prateleiras reservadas aos produtos em promoção para ver existe alguma compra (que esteja na sua lista) que seja vantajosa para si.
  • Se precisa que certos produtos durem mais tempo ou quiser soluções mais baratas, veja que soluções existem na secção dos congelados. Muitas vezes, esta solução é bastante vantajosa, pois consegue poupar 1 euro ou mais por quilo em comparação a produtos frescos, como é o caso de muitos vegetais. Assim, não tem de prescindir de uma alimentação equilibrada, consegue que os legumes tenham uma validade maior e ainda poupa na sua fatura.
  • Escolha produtos sazonais, uma vez que existem em maior quantidade e o seu preço é tendencialmente mais baixo.
  • Não compre alimentos pré-cortados e embalados. Embora seja mais práticos, se comparar o preço/kg com a versão original, percebe que iria pagar um valor bem mais elevado, só para não ter de selecionar e cortar certos produtos.
  • Se pretende fazer uma refeição específica com um tipo de carne ou outro produto num curto espaço de tempo, procure se existem produtos em promoção devido à sua validade estar perto do fim.
  • Por fim, evite ir às compras com fome para não cair na tentação de comprar snacks, bolos, entre outros produtos.

Leia ainda: 4 aplicações que podem ajudar a poupar no supermercado

2.2 - Renegociar contratos de eletricidade, gás e telecomunicações

No decorrer de 2023, a maioria dos consumidores viu as suas faturas da eletricidade, gás natural e telecomunicações a aumentarem devido à inflação.

2.2.1 - Eletricidade

Começando pelos contratos de eletricidade e gás natural, a dúvida entre optar pelo mercado liberalizado e mercado regulado continua a pairar na mente de muitos consumidores.

No que respeita à eletricidade, no mercado regulado, desde o dia 1 de julho que estão em vigor as novas tarifas de eletricidade definidas pela ERSE. Na prática, as Tarifas de Acesso às Redes (TAR) pagas pelos consumidores no mercado regulado e liberalizado subiram de -7,04 cêntimos por kWh (valor de janeiro) para 0,95 cêntimos por kWh. Contudo, no no mercado regulado, a alteração às TAR é compensada pela descida da tarifa de Energia. Ou seja, resulta num efeito nulo nas tarifas de Venda a Clientes Finais dos consumidores em Baixa Tensão Normal.

Para ter noção dos valores em questão no mercado regulado, um casal sem filhos, que tenha contratado uma potência de 3,45 kVA e faça um consumo de 1900 kWh/ano, paga em média 36,62 euros por mês.

Já no mercado liberalizado, a tarifa da Energia é sempre definida por cada comercializador. Logo, consoante o seu contrato e a política comercial da empresa pode pagar um valor superior ou inferior a este. Por isso, deve usar o  simulador da ERSE e comparar as várias opções que existem no mercado. Se encontrar uma solução melhor do que a atual, deve tentar negociar junto do seu comercializador ou mudar o seu contrato para outra entidade.

2.2.2 - Gás natural

Quanto ao gás natural, muitos clientes têm sentido uma diminuição das suas faturas ao mudar para o mercado regulado. Importa realçar que os preços do gás são fixados ao ano, que começa no dia 1 de outubro e termina a 30 de setembro. Contudo, estes são revistos trimestralmente para acompanhar a evolução do custo de aquisição.

Assim, se não está contente com o valor atual que está a pagar, o ideal é procurar outras soluções. Embora o mercado liberalizado tenha um número bem mais elevado de comercializadores, face aos 12 do mercado regulado, faça contas e não tenha receio de mudar se for a melhor opção para si.

2.2.3 - Telecomunicações e serviços de streaming

Por fim, quanto aos contratos das telecomunicações, hoje em dia deve ter em conta o que está incluindo na mensalidade que vai ficar a pagar antes de assinar um novo contrato, dado que os preços mais vantajosos estão associados a um período de fidelização de 2 anos. Por exemplo, em algumas operadoras, fica a pagar quase o mesmo que pagaria pelos serviços de televisão, internet e voz, mas agora pode beneficiar de quase todos os serviços de streaming.

Supondo que antigamente pagava 39,99 euros por um serviço de TV+NET+Telefone, hoje em dia pode beneficiar por mais um euro (40,99 euros) do mesmo serviço que tinha e ter ainda a Disney Plus (10,99 euros), a HBO max (7,99 euros) e a Amazon Prime (4,99 euros). Por norma, é mais complicado conseguir uma oferta que englobe vários serviços de streaming com a Netflix incluída. Mas caso já tivesse os três serviços que passam a estar incluídos na sua fatura de telecomunicações tem uma poupança de 22,97 euros (23,97 euros dos serviços - 1 euro do aumento do contrato).

Depois deve sempre analisar se compensa juntar os seus telemóveis ao contrato e se os tarifários oferecidos são mais vantajosos, a nível de dados móveis e minutos.

Dado que a maioria das pessoas possui cada vez mais subscrições de serviços de streaming, música, desporto, informação, entre outras, faça uma revisão a estes serviços, para ver o que é realmente essencial para si.

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2.3 - Alterações de consumo que geram uma poupança nas suas faturas da água e da luz

Reduzir os consumos em sua casa é um passo essencial para aumentar a sua poupança mensalmente. Além de estar a contribuir para o bem-estar do planeta, ao mudar certos hábitos vai sentir o impacto nas suas faturas mensais.

Para poupar água, há algumas dicas fáceis de implementar no seu dia a dia. Por exemplo, deve:

  • Garantir que as torneiras estão 100% fechadas para não ficarem a pingar água. Só este gesto pode reduzir alguns euros na sua fatura da água.
  • Não deixe a água a correr enquanto lava os dentes, coloca champô ou gel de banho.
  • Até que a água do banho aqueça, coloque um balde e aproveite essa água para outras finalidades, como regar plantas, lavar o chão, etc.
  • Evite ao máximo banhos de imersão.
  • Na hora de escolher uma máquina de lavar roupa esteja atento ao consumo de água. Há máquinas que gastam cerca de 200 litros de água por lavagem e outras que gastam 50 litros. Entre estes dois modelos existe uma poupança de 150 litros de água por lavagem. E como é óbvio, se optar por um modelo que gasta menos, a longo prazo vai obter uma poupança significativa.
  • Para poupar nas descargas de água com um autoclismo, opte pela instalação de um autoclismo com descarga económica ou se este for exterior, pode colocar uma garrafa cheia lá dentro, reduzindo assim a quantidade de água que cabe dentro do autoclismo.

Leia ainda: Conheça 10 dicas para poupar água em tempos de seca

Quando pretende reduzir o consumo energético em sua casa, também existem algumas soluções que deve ter em consideração. Afinal, se tivermos em conta os dados do inquérito ao Consumo de energia no setor doméstico de 2020 publicado pelo INE, cada família gasta, em média, 751 euros por ano em eletricidade.

Dito isto, conheça algumas alterações que pode fazer em sua casa que reduzem o consumo de energia:

  • Coloque lâmpadas LED em sua casa. Quando troca as suas lâmpadas por esta solução, em média pode obter uma poupança entre os 50 cêntimos e os 6 euros por lâmpada ao ano. Supondo que a poupança é de 5 euros por lâmpada, se alterar 7 lâmpadas, vai poupar 35 euros num ano.
  • Mantenha acesas apenas as luzes que são essenciais. Sempre que sair de uma divisão desligue a luz.
  • Opte por aparelhos com uma boa classificação energética.
  • Faça a utilização de certos aparelhos consoante a sua tarifa de eletricidade. Se esta for uma tarifa bi-horária ou tri-horária, ligue as máquinas de lavar e os aparelhos que gastam mais quando a eletricidade é mais barata.
  • Não deixe os seus equipamentos em stand by, mesmo que o consumo energético seja baixo. Opte por tomadas que permitam desligar ou simplesmente retire os aparelhos da ficha após a sua utilização.
  • Como a maioria das casas não estão devidamente isoladas, também pode procurar soluções que permitam manter a temperatura no interior da sua casa. Uma das melhores soluções é a instalação de janelas eficientes, com vidros duplos. No entanto, quando bem utilizado, o ar condicionado também pode ser uma boa opção. Mas é preciso fazer uma utilização correta, caso contrário a sua fatura pode disparar facilmente.
  • Por fim, se tiver possibilidades financeiras, pode modernizar a sua habitação para uma casa inteligente. A domótica permite otimizar o consumo de energia consoante as suas rotinas e o seu gosto pessoal.

Leia ainda: Como reduzir o consumo de energia em casa?

3 - Poupança na mobilidade

As deslocações diárias podem ter um peso significativo na sua carteira, principalmente se usa o seu carro todos os dias para ir de casa para o trabalho, para ir buscar os seus filhos à escola e fazer outro tipo de deslocações.

Assim, se quiser aumentar a sua poupança mensal, deve considerar outras soluções que vão ter um impacto positivo nas suas finanças, como é o caso da utilização de bicicletas, trotinetes, transportes públicos, dividir viagens, evitar comportamentos de risco e ter certos fatores em consideração ao usar uma viatura própria.

Para perceber melhor como aumentar a sua poupança, de seguida, mostramos alguns exemplos e deixamos algumas dicas.

3.1- Transportes públicos vs. utilização de veículo pessoal

Não é novidade que andar de transportes públicos é mais barato do que as deslocações num carro e é uma opção mais amiga do ambiente. Para quem precisa de recorrer a um transporte para se deslocar entre a sua casa e o trabalho diariamente, os custos podem ser bastante elevados (consoante a distância) se for utilizado um carro a gasolina ou a gasóleo. Já para não falar que a despesa pode aumentar se tiver que pagar portagens e estacionamento.

Se este é o seu caso e quer aumentar a sua poupança mensal, caso more na área metropolitana de Lisboa, opte pela assinatura mensal do "Navegante metropolitano", que inclui deslocações na Carris, Metro e CP. Este passe mensal tem o custo de 40 euros e permite a deslocação entre 18 municípios da área metropolitana de Lisboa. Em certos casos, há pessoas que gastam esse valor em deslocações de casa para o trabalho numa só semana. Isto significa que a compra deste passe na substituição do veículo próprio, representa uma poupança de 120 euros (160 euros - 40 euros do passe).

Além das deslocações diárias, se quiser visitar certos locais ao fim de semana, também pode deixar o seu carro à porta e aproveitar os transportes públicos. Ao comprar bilhetes com antecedência na CP, por exemplo, tem a possibilidade de poupar até 65% do valor do bilhete, ficando a deslocação bem mais acessível do que se fosse na sua viatura.

Por fim, saiba que em certas idades e alturas específicas existem descontos e promoções nos transportes públicos. No caso da CP, até aos 25 anos, tem 25% de desconto nas viagens de comboio. A partir dos 65 anos, o desconto é de 50%. Quanto à Rede Expresso, com o programa RFLEX, há a possibilidade de ter descontos até 65% e na Carris, com idade igual ou superior a 65 anos, o passe Navegante Metropolitano tem 60% de desconto.

Leia ainda: Usa transportes ou o seu carro? Saiba como poupar nas deslocações

3.2- Mesmo com a subida do preço dos combustíveis, é possível poupar

Quando precisa mesmo de utilizar o seu carro, um dos maiores encargos passa pelos gastos com o combustível. Nos últimos tempos os preços dos combustíveis têm vindo a subir drasticamente. Por isso, se quer poupar no abastecimento, o melhor é que compare preços nos diversos postos de abastecimento perto de si.  

Existem algumas aplicações que podem ajudar nesta comparação, como o Mais Gasolina ou a VivaGas, onde é possível ver o preço mais barato em tempo real em cada posto. Se procura uma solução ainda mais barata, não se esqueça dos combustíveis nos postos de abastecimento low cost, onde muitas vezes o preço da gasolina e do gasóleo por litro é inferior entre 3 e 5 cêntimos (podendo ser maior ou menor consoante a zona, posto e a semana). 

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3.3 - Partilhar viagens pode dar origem a uma poupança mensal ou esporádica

Tem um colega de trabalho que vive perto de si? Tem vizinhos ou amigos de confiança que têm os filhos na mesma escolha do que os seus? Saiba que, em conjunto, podem poupar algum dinheiro se partilharem as viagens para o trabalho ou quando é preciso levar e ir buscar os mais novos à escola. Se, em certos dias, a responsabilidade de levar o carro for de uma pessoa e noutros dias sua, ambas as partes vão conseguir reduzir uma parte dos custos com as deslocações diárias.

No entanto, a partilha de deslocações também pode ser feita em viagens de longo curso. Nestas situações, é cada vez mais comum recorrer a sites como o "BlaBlaCar" ou o "boleia.net" e encontrar um condutor ou pessoas com quem possa dividir os custos da sua viagem.

3.4 - Cuidados a ter que evitam encargos elevados

Por último, se utiliza o seu carro para deslocar-se, deve ter cuidados acrescidos se pretende poupar. Embora todos os condutores saibam que devem respeitar o Código da Estrada, no dia a dia podem ser cometidos alguns atos imprudentes que levem ao pagamento de multas, seja por excesso de velocidade em zona com radares ou em operações STOP, o estacionamento em locais proibidos, atrasos a pagar paquímetros e SCUTS, entre outras situações.

Assim, tenha estes fatores todos em atenção, pois as coimas e multas neste tipo de situações podem ser de dezenas ou até de centenas de euros.

4 - Poupança em momentos de lazer

O lazer é uma parte fundamental na vida humana. Ao fazer coisas nos seus tempos livres não só quebra a rotina, como pode realizar atividades que gosta, conhecer novos locais e socializar. No entanto, mesmo que não esteja com uma folga financeira muito grande, é possível desfrutar de momentos de lazer a baixo custo. Já para quem está com um orçamento equilibrado, também existem formas de poupar nas suas atividades de lazer.  

4.1 - Atividades de lazer gratuitas: Onde procurar?

Por exemplo, se está a viver uma fase financeira em que não pode gastar muito dinheiro em lazer, pode procurar programas e eventos com entradas gratuitas. Por norma, este tipo de eventos é organizado pelas juntas de freguesia, câmaras municipais, associações e algumas empresas ou organizações. Ou seja, se procurar este tipo de eventos, pode encontrar concertos, espetáculos, exposições e entradas em museus (por norma, em dias específicos) sem ter de gastar um cêntimo.

Leia ainda: 7 sugestões gratuitas de cultura e lazer que pode aproveitar

4.2 - Ir ao cinema a preços mais reduzidos

Caso possa pagar alguns momentos de lazer, mas o seu orçamento não permita um investimento significativo, pode aproveitar certas promoções para quebrar a rotina. Se gosta de cinema, existem campanhas promocionais onde consegue poupar nos bilhetes, seja através de operadoras de comunicação, ou outras entidades, ou se comprar o seu bilhete à segunda-feira (pode usá-lo em outros dias da semana). A poupança varia consoante a promoção. Na compra de um bilhete ao preço de segunda-feira, o desconto máximo ronda 1,30 euros. Já se for cliente da NOS, pode ter acesso a dois bilhetes de cinema pelo preço de um. 

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4.3 - Férias e escapadinhas

Já se o orçamento está um pouco mais folgado e pretende fazer uma escapadinha ou viajar, caso queira poupar deve preparar essas "férias" ou fim de semana prolongado com tempo. No caso de uma viagem, se esta for planeada com vários meses de antecedência tem a possibilidade de encontrar preços bastante atrativos, seja em passagens de avião, em hotéis e até no aluguer de um veículo.

Além disso, com um bom planeamento, pode preparar um roteiro e escolher os locais a visitar, onde comer, tendo em conta o orçamento que tem disponível. Se o objetivo for aproveitar um fim de semana prolongado para uma escapadinha, pode aproveitar certos vouchers que dão descontos em hotéis, spas, restaurantes, entre outras atividades.

Leia ainda: 6 dicas para aproveitar as férias sem prejudicar as finanças

5 - Poupar em roupa, brinquedos e atividades dos seus filhos

Quem tem filhos sabe que a roupa deixa de servir "num piscar de olhos". Logo, é natural que em certas idades, precise comprar mais roupa do que noutras, pois o crescimento acontece de forma mais acelerada. Assim, se esta é uma despesa que afeta o seu orçamento, saiba que existem algumas formas de poupar.

Por exemplo, existem lojas com preços acessíveis, onde pode comprar conjuntos de roupas, como camisolas, pijamas, roupa interior, por um preço bastante acessível. Se optar por cores neutras, estas são tendencialmente mais baratas.

No entanto, também tem outras opções. Como as crianças crescem rapidamente, muitos pais colocam as roupas à venda em segunda mão. E aqui até pode encontrar roupas de marca em bom estado mais baratas e roupas de marca branca por um preço muito acessível.

Brinquedos

Quanto a poupar em brinquedos para crianças, esta nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente quando os seus filhos querem um brinquedo específico. Nestes casos, a poupança que pode obter é através da comparação de preços em várias superfícies, seja em lojas online ou físicas. Caso não tenha uma data específica para oferecer um presente ao seu filho, esteja atento às promoções que podem surgir ao longo do tempo. Além disso, se tiver um cartão de fidelização de uma loja ou supermercado que venda brinquedos, esteja atento aos descontos exclusivos que pode beneficiar. 

Atividades

Por fim, em termos de atividades para os mais novos, há várias soluções gratuitas ou com um custo reduzido que pode proporcionar aos seus filhos. São exemplos destas atividades:

  • Visitas a museus e monumentos: Por norma, a entrada é gratuita até aos 12 anos, mas depende sempre do museu e do monumento que pretende visitar.
  • Leve os seus filhos a fazer um piquenique, onde estes possam desfrutar da natureza, andar de bicicleta, brincar, jogar à bola, etc.
  • Aproveite o tempo em família para todos participarem em jogos tradicionais ao ar livre ou dentro de casa.
  • Faça uma visita em família a parques biológicos. Por norma, as crianças não pagam entre os 3 e os 6 anos. A partir dessa idade os preços costumam ter um valor simbólico.
  • Leve o seu filho a uma biblioteca, escolham um livro (a requisição de alguns livros é gratuita) e façam uma sessão de leitura em conjunto. Esta é uma forma de promover hábitos de leitura desde cedo.
  • Por fim, informe-se sobre concertos e atividades culturais direcionadas à idade dos seus filhos. Em muitas autarquias existem programas gratuitos durante todo o ano, que englobam desde peças de teatro, cinema ao ar livro, concertos, exposições, entre outras atividades.

Leia ainda: Dinheiro e crianças: 12 lições financeiras para cada mês do ano

6 - IRS: Planear com antecedência pode garantir-lhe um reembolso maior

Todos os anos, a maioria dos contribuintes estão obrigados a entregar a sua declaração de IRS. Consoante o valor dos seus rendimentos, o valor da retenção na fonte de IRS e as suas deduções à coleta, pode conseguir ser reembolsado pelo Estado, tendo direito a uma devolução deste imposto. Para muitas famílias, o reembolso do IRS é essencial para equilibrar as finanças ou fazer certos investimentos.

No entanto, nunca deve dar como garantido que vai receber este reembolso. O máximo que pode fazer é ao longo do ano tentar ter especial atenção às despesas que tem, pedindo sempre fatura com contribuinte, para que possa alcançar os tetos máximos de várias categorias das deduções à coleta previstas na lei.

Assim, um dos primeiros passos, é pedir faturas com o seu número de contribuinte. Depois, deve entrar no Portal e-fatura e confirmar se essa despesa está pendente ou por validar no portal. Quando as faturas estão pendentes, deve completar a sua informação e indicar qual a categoria a que correspondem. Caso identifique que faltam despesas, deve fazer o registo de forma manual. Nestes casos é essencial que tenha consigo as faturas em papel para conseguir comprovar que essa despesa existiu.

Ao ter estes cuidados ao longo do ano, está a planear o IRS do próximo ano e a aumentar a sua probabilidade de receber o valor de reembolso. Mas para melhor esta hipótese, é essencial que esteja bem informado sobre os tetos máximos em cada categoria de despesas dedutíveis à coleta de IRS. Por isso, fique a conhecer estes valores em cada categoria.

Leia ainda: O que ainda posso fazer para aumentar o meu reembolso de IRS?

6.1 - Tetos máximos das deduções à coleta de IRS

Os tetos máximos nas sete categorias das deduções à coleta são:

  1. Despesas gerais familiares: 35% até ao limite de 250 euros por contribuinte ou 500 euros em caso de casal que entregue a declaração de IRS em conjunto. No caso das famílias monoparentais o valor sobe para 45% das despesas até ao limite de 335 euros.
  2. Categoria saúde: 15% das despesas até ao limite de 1.000 euros por agregado familiar.
  3. Despesas com educação e formação: Neste caso, as deduções à coleta correspondem a 30%, tendo como teto máximo os 800 euros por agregado familiar, exceto no caso de existir um estudante deslocado (1.000 euros).
  4. Despesas com juros de empréstimos de contratos realizados até ao final de 2011: Se está enquadrado nesta situação, pode deduzir 15% das despesas até ao limite de 296 euros ou 459 euros, se o seu agregado familiar tiver um rendimento coletável até 30.000 euros.
  5. Encargos com lares, despesas de apoio domiciliário e instituições de apoio à terceira idade: É possível deduzir 25% dessas despesas até ao teto máximo de 403,75 euros.
  6. Despesas de rendas para habitação permanente, pagas ao abrigo do RAU, despesas com rendas de contratos de locação financeira para habitação permanente que não constituam amortizações de capitais. A dedução nestes casos é de 15% até ao limite de 502 euros ou 800 euros, se o agregado familiar tiver um rendimento coletável inferior a 30.000 euros.
  7. Encargos com pensões de alimentos. A dedução é de 20%, sem limite de valor, desde que o valor da pensão seja proveniente de um acordo homologado ou decretado por uma sentença judicial.

Além destas deduções à coleta, ao pedir fatura com contribuinte, pode deduzir 15% do IVA (até ao limite de 250 euros) em:

  • Alojamento, restauração e similares
  • Atividades de salões de cabeleireiro e institutos de beleza; 
  • Atividades veterinárias;
  • Manutenção e reparação de veículos automóveis; 
  • Manutenção e reparação de motociclos, das suas peças e acessórios.

Por último, pode deduzir 100% do IVA pago na aquisição de passes mensais de transportes públicos e 35% do IVA das despesas de medicamentos de uso veterinário.

Leia ainda: IRS: Quais as deduções máximas a que tenho acesso?

7 - Poupança na saúde

Para muitas pessoas, os encargos com a saúde representam uma fatia significativa do seu orçamento familiar.

Uma forma de reduzir os seus encargos com a saúde e aumentar a sua poupança é contratar um seguro de saúde individual ou que cubra todos os membros do seu agregado familiar. Por exemplo, um casal com cerca de 35 anos com dois filhos pequenos, em algumas seguradoras, pode pagar cerca de 40 euros por mês. O valor varia muito consoante as coberturas contratadas, doenças pré-existentes, idades dos segurados e de cada seguradora. 

Mas para perceber quanto é que pode poupar com um seguro vamos a um exemplo. Supondo que uma consulta de especialidade dentro da rede de parceiros custa 15 euros, e que, num mês, precisa de recorrer a três consultas de especialidade. No total, vai gastar 45 euros. Sem seguro, as consultas de especialidade em hospitais e clínicas privadas podem rondar os 80 euros. Ou seja, neste mês, pagaria cerca de 240 euros pelas três consultas.

Embora um seguro de saúde seja uma boa opção para reduzir os custos, há ainda opções mais baratas se não quiser ter a cobertura de hospitalização. Por exemplo, pode contratar um plano de saúde ou um cartão de saúde. Em ambos os casos, a rede de parceiros é mais reduzida, bem como as coberturas. Por isso, deve sempre primeiro confirmar se o plano ou cartão cobre as entidades de saúde que frequenta e as suas principais necessidades. Contudo, além do preço ser mais baixo, estas duas soluções têm outras vantagens, como não ter período de carência, não ter limite de idade e não considerarem doenças pré-existentes. 

Leia ainda: Poupar na saúde: Dicas para sobreviver às mudanças de temperatura

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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